Na penumbra do entardecer, o silêncio pairava sobre a pequena cidade. Era uma daquelas noites em que o tempo parecia ter se detido, em que o mundo se reduzia ao pulsar do coração de um homem solitário, sentado à beira de uma calçada gasta. Os últimos raios de sol tingiam o céu com tons de laranja e rosa, refletindo-se no olhar cansado do homem, que parecia carregar consigo o peso de inúmeras histórias não contadas.Cada palavra dos versos que ecoavam em sua mente era como um eco do próprio enigma que era a sua vida. A solidão se entrelaçava com o desejo de uma paixão ardente, enquanto o medo da perda iminente se confundia com a esperança de um reencontro em um futuro distante. Era como se cada linha fosse um cenário perfeito de suas próprias batalhas internas, uma luta constante entre a entrega e o distanciamento.Enquanto o vento suave soprava trazendo consigo o perfume das flores noturnas, ele ergueu os olhos para o céu estrelado. A nostalgia se misturava com a determinação , como se ele estivesse pronto para seguir em frente, embora não soubesse exatamente para onde ir.Entao decidiu- se levantar, caminhar em direção ao desconhecido e deixar para trás os resquícios do passado. Era como se cada passo fosse uma homenagem à intensidade da vida, uma tentativa de viver cada momento com a mesma paixão que transbordava das palavras de um poema. Enquanto se afastava, um sorriso trêmulo brincou em seus lábios. A noite estava apenas começando, e ele sentiu que, em algum lugar além do horizonte, uma nova história aguardava para ser escrita , contada e vivida.

        Felixchaves.